Objetivo: A suplementação materna com ácido fólico tem um efeito positivo na prevenção de defeitos do tubo neural. É controversa a relação entre a suplementação com altas doses de ácido fólico (5mg) e a asma na criança. O objetivo desta revisão é conhecer a evidência da associação entre a suplementação com altas doses de ácido fólico durante a gravidez e o risco de desenvolvimento de asma na infância. Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, Canadian Medical Association Pratice Guidelines, Cochrane Library, DARE, Bandolier, PubMed e Índex de Revistas Médicas Portuguesas. Métodos de revisão: Pesquisa de meta-análises, revisões sistemáticas, estudos originais e normas de orientação clínica publicados entre julho/2006 e julho/2016 nas línguas portuguesa, inglesa, espanhola e francesa, utilizando os termos MeSH: Folic Acid, Asthma e Pregnancy. Foi utilizada a escala SORT (Strength of Recommendation Taxonomy), da American Academy of Family Physicians, para atribuição do nível de evidência e forças de recomendação. Resultados: Foram selecionados cinco estudos de um total de 29 artigos encontrados: duas meta-análises e três estudos originais. As meta-análises não sustentam a associação entre a suplementação periconcecional com ácido fólico e o aumento do risco do desenvolvimento de asma na infância. No entanto, nenhum dos estudos incluídos nas meta-análises estratificam os resultados de acordo com a dose de ácido fólico fornecida à gestante durante a gestação e o risco de asma. Por outro lado, os estudos originais sugerem que a suplementação com altas doses de ácido fólico durante a gravidez pode aumentar o risco de desenvolvimento de asma na infância. Conclusões: A evidência da associação entre a suplementação com ácido fólico durante a gravidez e o risco de desenvolvimento de asma durante a infância é controversa. Os estudos com resultados estratificados por dose de ácido fólico mostraram que altas doses de suplementação (>800mg) estão associadas ao aumento do risco de desenvolvimento de asma na infância (SORT B)

Objective: Maternal supplementation with folic acid has a positive effect on the prevention of neural tube defects. The relationship between high-dose supplementation of folic acid (5mg) and the development of asthma in children is controversial. The aim of this review is to appraise the evidence on the association between the supplementation with high doses of folic acid during pregnancy and the risk of developing asthma in childhood. Data sources: National Guideline Clearinghouse, Canadian Medical Association Practice Guidelines, Cochrane Library, DARE, Bandolier, PubMed and Index of Portuguese Medical Journals. Review method: We searched meta-analyses, systematic reviews, original studies and clinical guidelines published between July/2006 and July/2016 in Portuguese, English, Spanish and French languages, using the MeSH terms: ‘Folic Acid', ‘Asthma' and ‘Pregnancy'. The Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) scale of the American of Family Physicians was used to assign evidence levels and strength of recommendation grades. Results: Five studies were selected from a total of 29 articles found, including two meta-analyses and three original studies. Results from meta-analyses do not support an association between periconceptional folic acid supplementation and increased risk of developing childhood asthma. However, none of the studies included in the meta-analyses stratified the results according to the dose of folic acid used during pregnancy and risk of asthma. On the other hand, original studies suggest that supplementation with high doses of folic acid during pregnancy may increase the risk of developing asthma in childhood. Conclusions: Evidence on the association between folic acid supplementation during pregnancy and the risk of developing asthma during childhood is controversial. Studies showing results stratified according to the dose of folic acid reveal that high doses (>800mg) are associated with an increased risk of developing childhood asthma (SORT B)

Resumo A Bateria Cognitiva Breve (BCB), desenvolvida pelo nosso grupo para a avaliação cognitiva de indivíduos de baixa escolaridade, tem se mostrado também bastante precisa no diagnóstico de demência em indivíduos com escolaridade média ou alta, tornando-se uma ferramenta útil para populações com heterogeneidade educacional. A aplicação da BCB demora cerca de oito minutos, um tempo bastante longo para um teste de rastreio cognitivo. Objetivos: Avaliar se a exclusão de itens da BCB pode reduzir o tempo de aplicação, sem perder precisão. Métodos: Pacientes com doença de Alzheimer com demência leve ou moderada (N=20) e 30 indivíduos controle foram submetidos a uma versão abreviada da BCB na qual o teste do desenho do relógio não foi incluído como um teste de interferência para o teste de recordação tardia. Dados de outros 22 indivíduos controle que haviam sido submetidos à BCB original em um outro estudo foram incluídos para comparação. Uma fórmula matemática também foi empregada para comparação entre as duas versões da BCB. Estatísticas descritivas e curvas ROC (receiver operator characteristic) foram utilizadas e admitiu-se alfa=0,05. Resultados: Com a versão abreviada, o teste de recordação tardia também teve alta acurácia no diagnóstico de demência, os resultados das fórmulas matemáticas não foram diferentes daqueles obtidos com a versão original, e o tempo médio foi reduzido em 2 minutos e 37 segundos. Conclusões: Esta forma abreviada da BCB é uma ferramenta potencialmente útil para o rastreio de demência em estudos populacionais, bem como para o emprego em prática clínica em países em que há grande heterogeneidade educacional.

Abstract The Brief Cognitive Battery (BCB) developed by our group for cognitive assessment of low educated individuals has also shown to be highly accurate in diagnosing dementia of individuals with medium or high levels of education, making it a useful tool for populations with heterogeneous educational background. The application of BCB takes around eight minutes, a rather long period for a screening test. Objectives: Our aim was to evaluate whether the exclusion of items of the BCB could reduce its application time without losing accuracy. Methods: Patients with Alzheimer's disease with mild or moderate dementia (N=20), and 30 control subjects were submitted to an abbreviated version of the BCB in which the clock drawing test was not included as an interference test for the delayed recall test. Data from another 22 control individuals who were submitted to the original BCB in another study were also included for comparison. A mathematical formula was employed to compare the two versions of the BCB. Descriptive statistics and ROC (receiver operator characteristic) curves were used (alpha=0.05). Results: Using the abbreviated version, the delayed recall test also had high accuracy in diagnosing dementia and the mathematical formula results did not differ to those obtained using the original version, while mean time was reduced by 2 minutes and 37 seconds. Conclusions: This abbreviated form of the BCB is a potentially valuable tool for screening dementia in population studies as well as in busy clinical practices in countries with heterogeneous educational backgrounds.